Grandes Mestres

Mestre Bimba

Manoel dos Reis Machado, nasceu na Periferia do bairro de Brotas, recebeu de “batismo” o nome BIMBA, em decorrência de uma aposta feita entre a sua mãe e a parteira que dizia ser um menino. Surge aí o apelido BIMBA!

O primeiro local onde Mestre Bimba treinou capoeira era conhecido como Estrada dos Boiadeiros no bairro da Liberdade, seu primeiro mestre foi o Africano Bentinho capitão da Companhia de Navegação Baiana.

Mestre Bimba ao Berimbau
Mestre Bimba ao Berimbau

Mestre Bimba, iniciou a capoeira aos 12 anos de idade. Seu curso teve a duração de 04 anos e o método era a capoeira antiga, esta mesma capoeira ele conseguiu ensinar por 10 anos, o local das aulas era conhecido como”Clube União em apuros”, no bairro da Liberdade (bairro este habitado por pessoas na sua maioria de pele negra).

Desta forma a capoeira foi reconhecida como “Esporte nacional” e o mestre Bimba reconhecido pela Secretaria de Educação e Assistência Pública do Estado da Bahia com Professor de Educação Física e sua academia foi a pioneira no Brasil á ser reconhecida por Lei.

Uma personalidade da vida política e social, que desfrutava sempre se sua companhia, era o governador da Bahia Dr. Joaquim de Araújo Lima.

No ano de 1929, Manuel dos Reis Machado com sabedoria exemplar resolveu desenvolver um estilo diferente da Capoeira Angola, fazendo a junção do Batuque com a capoeira de Angola, surge aí a Capoeira Regional que ano á ano vem sempre desenvolvendo mudanças mais eficientes, como forma de luta. A graduação, aquela época era caracterizada por lenços.

Em 1932 fundou sua primeira academia no bairro do Engenho Velho de Brotas. Oficialmente a primeira academia de capoeira a ter seu alvará de funcionamento datado de 23 de Junho de 1937.

No mesmo ano, fez á primeira apresentação do seu trabalho para o interventor general Juraci Magalhães, onde havia presentes autoridades civis, militares entre outros convidados ilustres. Em 1939, Mestre Bimba ensinou capoeira no Quartel do CPOR.

Em 1942 instalou sua segunda academia. Em 1953, Mestre Bimba se apresentou para o presidente Getúlio Vargas, este declarou ser a Capoeira o único esporte verdadeiramente nacional.

Mestre Bimba e alguns alunos de Capoeira, estudantes de Medicina, nos anos 20 como a capoeira não era bem vista aos olhos da sociedade, Mestre Bimba resolveu registrá-la como Centro de Cultura Física Regional, localizada na Rua Francisco Muniz Barreto. 01 – Pelourinho.

Em 1972, realizou a última formatura do centro de cultura física regional, nesta formatura o (Mestre Vermelho*) foi o orador.

Manoel dos Reis Machado, o mestríssimo Mestre Bimba, é o pai da capoeira regional. Aprendeu capoeira aos 12 anos de idade, com o mestre africano Bentinho. Já adulto, exerceu funções de destaque para a cultura baiana. Foi alabê no candomblé, função de zelador do terreiro.

Pelo porte grande e respeito que imprimia, ganhou o apelido de Rei Negro e era saudado pelo grito de guerra “Bimba é bamba!”. Em 1949, o escritor Monteiro Lobato o conheceu e lhe dedicou o conto Vinte e dois de Marajó, que conta a história de um marinheiro capoeirista.

a.B e d.B (antes de Bimba e depois de Bimba). Assim podem ser entendidas as mudanças sofridas pela capoeira no início de século. Antes de Bimba, a luta era ilegal, passível de punição pelo Código Penal, discriminada pela burguesia como coisa de malandro, de escravo fujão. Os capoeiristas sequer sonhavam em sobreviver dessa manifestação popular.

Bimba rompeu com este ranço. Deixou as funções de carroçeiro, trapicheiro, carpinteiro, doqueiro, carvoeiro para abraçar a capoeira e o seu instrumento mais ilustre, o berimbau, hoje identificado como símbolo da Bahia nos 5 continentes.

Porém, no Brasil, só em 1999 a capoeira e o berimbau tiveram seus termos, como abadá e aú, incluídos na edição do Dicionário Aurélio, livro referência da língua portuguesa.

Mestre Pastinha

Vicente Joaquim Ferreira Pastinha (Salvador, 5 de abril de 1889 — Salvador, 13 de novembro de 1981), foi um dos principais mestres de Capoeira da história.

Mestre Pastinha descende de pai espanhol e mãe baiana, foi batizado em 1889 com o nome de Vicente Joaquim Ferreira Pastinha, na cidade de Salvador-Ba.

Mestre Pastinha ao Berimbau
Mestre Pastinha ao Berimbau

Conta-se que o princípio de sua vida na roda de capoeiragem aconteceu quando tinha 8 anos, sendo seu mestre o africano Benedito, o que ao vê-lo apanhar de um garoto mais velho, resolveu ensinar-lhe as mandingas, negaças, golpes, guardas e malícias da Angola. O resultado veio logo aparecer, Pastinha nunca mais fora importunado por ninguém.

Mestre Pastinha serviu na Marinha de Guerra do Brasil, onde permaneceu por um período de 8 anos.

Mestre Pastinha de tudo fez um pouco, trabalhou como pedreiro, pintor, entregava jornais, tomou conta de casa de jogo; no entanto, o que mais gostava de fazer era ensinar “a grande arte “.

Pastinha conhecia a capoeira, sabia como era importante continuar aquela cultura, aconselhava que era preciso ter calma no jogo “quando mais calma melhor pro capoerista”, e que a capoeira ela é o pai e mãe de todas as lutas do Brasil.

Sabia muito bem os fundamentos e os segredos existentes na capoeiragem, cantava, tocava os instrumentos e ensinava como um verdadeiro mestre deve fazer.

Pastinha foi nas rodas de capoeira um autêntico mestre, um bamba na luta.

Saindo da Marinha em 1910, inicia sua fase de professor de capoeira, seu primeiro aluno foi Raimundo Aberê, este se tornou um exímio capoeirista, conhecido em toda Bahia.

Segundo Mestre Pastinha, sua primeira academia ficava localizada no Largo do Cruzeiro do São Francisco, na Rua do Meio do LargoTerreiro de Jesus. Pastinha dizia: “A capoeira tem muitas coisas. Primeira parte; a capoeira tem seu dicionário; segunda parte: tem seu dicionário; terceira parte : tem seu dicionário e quarta parte ; tem seu dicionário “.

Ensinava que quando alguém fosse falar sobre a capoeira dissesse somente o que sabia, “não vá dizer que a capoeira é o que ela não é , nem vá contar o que não viu ninguém falar, então, não vá contar aquilo que não pode contar. Não é todo mundo que vá abrir a boca e dizer eu conheco a capoeira, a capoeira é isso. Nem todos mentais, nem todos sujeitos pode abrir a boca para cantar o que é capoeira não.”

Mestre Pastinha era uma pessoa bem humorada, descontraída, bastante receptivo, rico em conhecimento, seu saber transcendia as rodas de capoeira. Era uma pessoa do mundo ideal, camarada amigo, pai e irmão dos discípulos.

Viveu intensamente seus longos anos dedicados à capoeira de Angola, classificou-se na história da maladragem, da malícia, como ás. Manteve em sua academia de Angola, a originalidade da eficiência da luta em momento algum fora perdido na Academia de Pastinha.

Ele contribuiu categoricamente com o seu talento e dedicação à capoeira para que a sociedade baiana e brasileira percebessem a capoeiragem como uma luta-arte imbatível, guerreira, que está além dos paupérrimos preconceitos que há na sociedade.

Vicente Pastinha, foi filmado, fotografado ,entrevistado, gravou disco e deixou um livro, a capoeira nunca mais poderá esquecer este ás, o guardião da capoeira d'Angola.

Foi lá na casa 19, no Largo do Pelourinho, que funcionava a sua academia, o Centro Esportivo de Capoeira Angola fundada em 1941.

Milhares de pessoas estiveram na academia, ficavam impressionadas com as cantorias, com o som dos berimbaus, pandeiros e agogôs e principalmente, com os jogos que lá rolavam.

Por fim, foi feita uma reforma no sobrado, disseram ao Mestre que ele não tinha com o que se preocupar, após terminadas as obras, ele voltaria para lá, seu lar, sua academia.

Nunca mais se ouviu a voz de Pastinha dentro do sobrado, o povo não mais assistiu a uma maravilhosa roda de capoeira de Angola naquele velho sobrado.

O Mestre Pastinha não voltou, lamentavelmente morreu na escuridão de um quarto decadente no bairro Pelourinho em Salvador.

Mais informações, acesse: https://pt.wikipedia.org/wiki/Capoeira

Saiba mais...

Música na Capoeira

A música é um componente fundamental da capoeira. Foi introduzida como forma de ludibriar os escravizadores, fazendo-os acreditar que os escravos estavam dançando e cantando, quando na verdade também estavam